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Paulo Henrique Gontijo, de 20 anos, tem o costume de pegar caronas desde os 14. A princípio, sua mãe ficava com receio de que fosse perigoso, mas com o aval do padrasto, o garoto começou a se aventurar pelas estradas. O motivo foi a economia. Ele namorava uma menina de outra cidade e as passagens de ônibus, ida e volta, somavam cerca de R$ 60,00. O método usado por ele era o ‘tradicional’: ir para a beira da estrada com uma plaquinha com o nome do destino e acenando com o polegar.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Numa carona que Paulo Henrique pegou em 2012, ele conheceu uma mulher que quando era mais jovem costumava fazer “mochilões” pelo Brasil. Ela contou para ele um pouco de suas experiências, sobre como ela já conhecia diversos lugares do nordeste brasileiro e sobre sua vida morando no exterior. PH terminou a carona inspirado e determinado a explorar outros lugares do Brasil.

 

Nesse mesmo dia ele recebeu uma ligação chamando-o para trabalhar em um café de Belo Horizonte. Com esse emprego, poderia juntar dinheiro para a viagem e botar o pé na estrada. Depois de algum tempo trabalhando, PH decidiu seu destino - Itacaré, BA -, traçou sua rota e foi para a saída de Belo Horizonte pedir a primeira carona.

 

Quem parou o carro primeiro foi uma mulher que o levaria até Governador Valadares. Logo no início da viagem ela começou a se insinuar para ele. Durante o caminho as investidas continuaram, com ela contando histórias provocantes e o convidando para passar a noite na casa dela. Após se desvencilhar dos ataques da mulher, a carona chegou ao fim.

 

Na parada, conseguiu carona num ônibus que estava indo para Teófilo Otoni, no trajeto planejado por PH. A próxima cidade foi Teixeira de Freitas, já na Bahia. Lá demorou cerca de uma hora e meia, debaixo do sol forte, até conseguir a carona seguinte. O motorista começou advertindo-o que deveria tomar cuidado na estrada. Depois, apesar das negativas do garoto, questionou-o várias vezes se fumava maconha. Quando menos se esperava ele sacou uma arma e perguntou: "já pegou numa arma?" O motorista tirou a munição da arma e fez PH segurá-la.  Apesar daquele susto e da tensão na conversa, a viagem prosseguiu tranquilamente.

 

Em seguida passou pelas cidades de Itamaraju, Itabela, Eunápolis e Caraiva. Como ainda era o segundo dia de viagem, PH decidiu não ir direto para Itacaré. Então, fez uma placa para Trancoso, mas no fim das contas, só conseguiu ir para Porto Seguro.

 

O plano era acampar na praia com uma barraca que comprara no caminho, mas descobriu que, além de ser proibido, era perigoso e então foi para uma pousada. No dia seguinte seguiu para Eunápolis e depois para Itabuna. Nesse trecho a carona foi com um homem que foi contando seus problemas pessoais, as dificuldades com a família e com o filho envolvido com drogas.

 

No caminho de Itabuna para Itacaré, passaram por paisagens muito bonitas e pararam em um mirante. "Na hora que eu cheguei, nossa, a praia não tinha fim. Aquele mar mais lindo, aquela cor... Era a primeira vez que eu via um mar assim".

 

Por fim, chegaram a Itacaré, o destino final, onde PH ficou durante dois meses. Inicialmente Hospedou-se num hostel onde conheceu várias pessoas. Depois se mudou para uma casa, que era dividida com outros. Na volta, a viagem foi menos aventureira e Ph voltou para Belo Horizonte num ônibus convencional.

Rumo ao litoral baiano

PH escrevendo um cartaz para pedir carona para Itamaraju.

 

Morro na estrada próximo à Itamaraju - BA.

 

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